O racismo estrutural nos Estados Unidos, que gerou uma onda de protestos após a morte de George Floyd, por um policial branco, em Minneapolis, reacendeu em vários lugares do mundo manifestações contra as diferenças raciais e de classes. Foi o estopim para que a temática ganhasse destaque na mídia mundial e a frase "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam) se transformasse no principal slogan da luta contra a segregação racial no mundo.
No Brasil, alguns protestos foram realizados pacificamente, mas não menos importantes. "No nosso país, além do racismo estrutural, o institucional atinge milhares de afrodescendentes. A desigualdade e o desrespeito nos ambientes de trabalho são realidades que a raça negra precisa enfrentar diariamente", lembra a presidente do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro.
"Somos milhares de farmacêuticos e profissionais de todas as áreas, negros. Somos capacitados e formados igualmente. Mas temos uma luta maior para nos mantermos inseridos no mercado de trabalho e na sociedade, com igualdades de direitos e valorização", destaca. Dados do IBGE, de 2019, indicam que o trabalhador branco ganha por hora 68% mais que pretos e pardos no país. A desigualdade também ocorre nos cargos de chefia. Somente 29,9% dos cargos gerenciais são exercidos por esse grupo de pessoas.
A luta constante é por direitos iguais e contra a violência. O caso de Floyd ganhou grande repercussão no Brasil porque o país registra milhares de casos semelhantes cotidianamente. Em 2019, apenas a polícia do Rio de Janeiro matou quase o dobro do que toda a polícia dos Estados Unidos. E os mortos daqui também têm uma raça bem-definida. Segundo o Mapa da Violência, sete jovens são assassinados por hora no Brasil, 80% deles são negros.
Essa diferença é reflexo de um sistema racista praticado por anos pela elite brasileira, mesmo após a chamada "abolição da escravatura", que nunca aconteceu, conforme destaca a dirigente sindical.
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